Ícaro Alexsander Costa iniciou oficialmente seu trabalho no teatro em 2006. Ator, diretor, malabarista e acrobata, é formado pelo curso de Bacharelado em Artes Cênicas - Interpretação Teatral, pela Universidade Federal de Santa Maria.

Atualmente trabalha como Diretor de Artes Cênicas no Instituto Federal de Rondônia - RO (IFRO), no Campus Porto Velho Zona Norte.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Crítica "Vocês Viram meu Cachorro?"

por Régis D'Ávila

Escrevo sobre um monólogo resultante da disciplina de Técnicas de Representação do Curso de Artes Cênicas por um motivo especial: aconteceu na rua. E o ponto mais interessante e complicante do espetáculo foi exatamente esse.
 Vivendo e contando a história de um mendigo que procura seu cachorro, o ator Ícaro Costa aproveitou bem o texto de Victor Sant'Anna para deixar bem clara sua principal proposta: a crítica social, onde compara o tratamento dado às pessoas pobres ao dado aos cachorros de rua. Usando o humor para mostrar a visão de um indivíduo que percebe a manipulação social dos que detém algum poder em pró de seus interesses, o ator conquista o público com a variação entre o contador das histórias que aconteceram com aquele mendigo e a mimése (bem feita) do mesmo, que está ali, naquele momento, esperando seu cachorro. No entanto, essa variação pode provocar um certo estranhamento no público. Visto que ele conta a história como mendigo, sua teatralidade, sua técnica de contador de histórias, destoa da caracterização do personagem construído no “ali, agora”.  Essa dissonância se intensifica pelo lugar escolhido para a apresentação: embaixo de uma ponte. Lugar perfeito para embarcar o público no universo daquele mendigo. Mas, a preparação do ator para apresentar em palcos provocou alguns "deslizes" na sua atuação, na possibilidade de jogar com o que acontecia em volta. Teatro na rua com pouco do jogo que o teatro de rua exige. Confesso que, por saber que não era Teatro de Rua, não me incomodei no momento com alguns desses “deslizes”, no entanto, ao conversar com o ator Daniel Lucas, que vem trabalhando com esse tipo de teatro, percebi a importância de se assumir o que se propõe.
 Agora um “a parte”: Muito bem escolhida a camiseta do político ganha em época de eleição que aparece em cena, simbolizando o político marqueteiro de si mesmo que não realiza nada em benefício da comunidade (O número mais conhecido de Santa Maria).

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