Ícaro Alexsander Costa iniciou oficialmente seu trabalho no teatro em 2006. Ator, diretor, malabarista e acrobata, é formado pelo curso de Bacharelado em Artes Cênicas - Interpretação Teatral, pela Universidade Federal de Santa Maria.

Atualmente trabalha como Diretor de Artes Cênicas no Instituto Federal de Rondônia - RO (IFRO), no Campus Porto Velho Zona Norte.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Como é difícil ser eu...

Simplesmente porque nem eu me entendo.

Porque as vezes a gente não consegue ter um auto-controle?
Descarregando, ao menor estímulo, todo o stress que está comprimido dentro da gente, usando como válvula de escape uma coisa insignificante e que, por vezes, acaba magoando alguém que a gente ama... e pior: alguém que nada tem a ver com a situação causadora do tal stress.

Porque a gente vive insatisfeito com alguma coisa?
E não adianta negar isso. Passamos um bom tempo querendo ganhar ou conquistar alguma coisa. Não conseguimos logo na primeira tentativa e então persistimos. E quando finalmente alcançamos... o objeto de desejo já é outro.

Porque as vezes simplesmente vivemos infelizes?
Há quem goste de viver nessa situação... que só é feliz porque sofre. Sente prazer em se encontrar neste estado. Não é meu caso. Não sei se é o seu. Só sei que tenho tudo o que pedi a Deus: uma família de ouro, amigos tão valiosos quanto, faço teatro, faço o que gosto...e mesmo assim, algo insiste em me puxar para baixo.

E o pior é que, mesmo tendo consciência disso tudo, eu não consigo mudar.
Já pensei milhões de vezes em me isolar de tudo e de todos, ser alguém antipático, insuportável, para que ninguém quisesse ficar um minuto perto de mim.
Mas eu não consigo.

Há quem ache que eu leve uma vida perfeita, sem problemas, só alegrias.
Grande engano.

A questão é que não consigo e não gosto de exteriorizar a minha tristeza na frente dos outros. Só quando estou sozinho. Em público, sou todo sorrisos, atitude que camufla muito bem o que realmente sinto, as vezes.
Isso porque ninguém tem nada a ver com meus problemas e apenas eu posso soluciná-los. Não gosto de despertar preocupação nos outros. Não gosto que se preocupem comigo.

É engraçado dizer isso: não querer que alguém que goste da gente se preocupe com nós.

No momento, nada mais a declarar. Só usando a escrita como forma de fazer passar esse sentimento que me corrói: sentimento de culpa.

Mas vai passar.
Já passou.